quarta-feira, 8 de junho de 2011

Vida na Carne e Vida no Espírito


A Vida na Carne Vs. A Vida no Espírito


Texto – Romanos 8:5-8

INTRODUÇÃO
1.    Uma vez que estamos em Cristo a lei foi totalmente cumprida em nossas vidas. As exigências dela foram pagas. Paulo deixou claro que o viver daqueles que estão quites com a lei de Deus é um modo de vida guiado pelo Espírito (v. 4). 

2.    Nos versículos de 5 a 8 Paulo faz um paralelo entre a vida que é guiada pelo Espírito e aquela que é guiada pela carne. Então, como se distingui uma vida que é guiada pela carne daquela que guiada pelo Espírito? Gostaria de expor os argumentos de Paulo que fazem distinção entre o viver na carne e o viver no Espírito.

I. A Carne e o Espírito operam de modo  diferente (v. 5). 

1. Paulo inicia a sua argumentação frisando que “... os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne” (v. 5). Ele fala da maquinação mental que há naquele que vivem segundo a carne. O verbo traduzido por “cogitam”  (gr. “phronousin”) nos trás a idéia de “fixar a mente em”.  Ou seja, o homem que vive na carne, fixar os seus pensamentos naquilo que é transitório, terrestre e meramente humano. O seu modo de pensar não se eleva até o ponto de compreender os planos de Deus. O alvo de sua vida é fixado pelos seus raciocínios. 

a.    Observando as palavras de Jesus a Nicodemos percebemos que ele fez distinção entre o homem carnal e o homem que é guiado pelo Espírito (cf. João 3:6). Nicodemos utilizava de raciocínios humanos para entender as coisas de Deus. Ele ilustra a mente de quem não consegue penetrar nas coisas de Deus. Todo aquele que é carnal tem sua mente fixa conceitos mundanos de salvação.

2. Diferentemente do modo carnal de viver, “... os que se inclinam para Espírito, [fixam a mente nas] coisas do Espírito” (v. 5b).  O Espírito de Deus é o próprio Deus em nós. Pela sua operação as nossas mentes se inclinam para a compreensão e obediência à vontade dele. Provavelmente Paulo argumenta acerca da mente daqueles que pela confiança em Cristo Jesus podem experimentar a paz e a vida (v. 6b). A mente guiada pelo espírito na se deixa persuadir pelo “evangelho” da obras – que promete uma salvação por esforço próprio. O Espírito operando na mente do cristão lhe garante a vida em Deus através de Cristo. 

3. Não há mente neutra. Ou vivemos guiados pela carne, ou assumimos a direção da nossa vida com o Espírito. A vida carnal é orgulhosa e se deleita em si. O seu viver é um viver voltado para o espelho, onde ela ver a si mesmo como suficiente. Enquanto o viver no Espírito vive destituído de si. Como disse Paulo: “... já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas, 2:20). O Espírito nos faz enxergar que não somos nada sem Cristo. 

II. O fim da carne é a morte, mas o fim do Espírito é vida e paz (v.6,7).

1. Paulo expõe o fim daqueles que vivem segundo a sua mente carnal: a “morte” (v.6 gr. “tanatos”). A morte é o fim daqueles que tentam a salvação pela prática da lei. A conseqüência sobre a vida daqueles que se acham seguros em sua obediência à lei é a morte espiritual (cf. Romanos, 7:9-10;). O homem que deseja viver no Espírito precisa se desfazer da sua auto-confiança. Nesse mundo nada pode nos garantir a salvação, exceto a obra salvífica de Cristo. Caridade e assistencialismo são deveres dos cristãos, porém não podem nos dar a confiança de que seremos salvos. Até mesmos os serviços que realizamos na obra de Deus não podem nos dar tal confiança. A mente carnal vive em inimizade com Deus, pois não pode obedecer a lei de Deus (v.7). Ela está incapacitada pelo pecado. 

2. A salvação da morte é a vida no Espírito. A finalidade do Espírito em nós é nos garantir a vida e a paz com Deus. Foi isso que Paulo disse: “... mas o [pendor] do Espírito, para a vida e paz” (v. 6b). Quem vive guiado pelo Espírito vive em Deus e para Deus. A vontade deste sofre uma alteração em relação aos desejos que nutria naturalmente pelo pecado. Pela inclinação do Espírito em nós, mudamos do prazer no pecado para o prazer em Deus. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios, 5:17). Na há mais conformidade com a mente carnal, pois a mente passou a ser transformada pelo Espírito: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...” (Romanos, 12.2). 

III. O viver carnal é abominável a Deus (v. 8). 

1. Até aqui já vimos que o viver na carne e o viver no Espírito são totalmente diferentes. No versículo 8, Paulo tem em mente aqueles que lutam para agradar a Deus através do esforço carnal em cumprir a lei. A conclusão de Paulo é: “... os que estão na carne não podem agradar a Deus” (v.8). A carne impossibilita, torna sem força e desqualifica toda e qualquer investida nossa em tentar agradar a Deus com nossos esforços. Caso Cristo não interceda por nós, tudo o que fizermos por melhor que possa parecer aos nossos olhos será imundo e indigno diante de Deus. O Senhor não se agrada das esmolas de um pecador sem Cristo. Para Deus o ato bom não é o bastante, é preciso que a natureza do agente também seja boa.

2. Não adianta querermos agradar a Deus sem Cristo. Uma vida sem Cristo que freqüente assiduamente a igreja, não é agradável a Deus; uma vida sem Cristo que cuida dos pobre carentes não é agradável a Deus; uma  vida sem Cristo que deixou a bebedeira não é agradável a Deus; uma vida sem Cristo que deixou de falar mentiras não é agradável a Deus. Deus se satisfaz apenas da vida que está em Cristo. Ele é o nosso tudo. Não adianta querermos criar atalhos, só em Cristo podemos agradar a Deus. Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João, 14:6). A confiança nele é fundamental: “... porque sem mim nada podeis fazer” (João 15:5).  

CONCLUSÃO

A vida agradável a Deus é a vida no Espírito. Não podemos ser agradáveis a Deus se a carne domina as nossas mentes. Precisamos nos encher do Espírito e glorificar a Deus através de Cristo. Portanto, repudie o viver na carne e ame o viver no espírito, pois é assim que vive aqueles que foram salvos da condenação da lei. Amém!

A GLÓRIA SOMENTE A DEUS!

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