João Baptista - O Elias prometido.
As profecias sobre o Messias são muito relevantes nas escrituras sagradas. Os judeus esperavam o Messias e também o cumprimento das profecias a respeito dele. O aparecimento de Elias como percursor do Messias era essencial para O reconhecer. A teologia dos fariseus estava certa: se não há Elias também não há Messias.
De acordo com a profecia de Malaquias Elias teria que vir antes do “grande e terrível dia do Senhor”.Portanto, por ocasião da Páscoa, o dia em que todos os primogénitos do Egipto foram mortos e os filhos de Israel poupados por um sinal de sangue nas ombreiras das suas portas.
“Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e ordenanças. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.”
Malaquias 4:4-6
Malaquias 4:4-6
I. O percursor do Messias
João Baptista começou a destacar-se como profeta e com uma mensagem com impacto na sociedade a tal ponto de o seguirem multidões. Por esta razão, este movimento de massas tinha que ter uma análise e um veredicto do Sinédrio, conforme se descreve em João 1:19-27 "E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo. Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não. Disseram-lhe, pois: Quem és? para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. E os que tinham sido enviados eram dos fariseus. Então lhe perguntaram: Por que baptizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? Respondeu-lhes João: Eu baptizo em água; no meio de vós está um a quem vós não conheceis. aquele que vem depois de mim, de quem eu não sou digno de desatar a correia da alparca."
O próprio nascimento de João Baptista está envolto em todo o sentido profético. Zacarias, seu pai, no exercício do seu turno no templo, teve a revelação de que a vinda do Messias estaria para breve e também do “Elias” profetizado: “Mas o anjo lhe disse: Não temais, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João; e terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe; converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo apercebido." Lucas 1:13-17
Da própria boca de Jesus nós encontramos uma confirmação clara do cumprimento da profecia: “Ao partirem eles, começou Jesus a dizer às multidões a respeito de João: que saístes a ver no deserto? um caniço agitado pelo vento? Mas que saístes a ver? um homem trajado de vestes luxuosas? Eis que aqueles que trajam vestes luxuosas estão nas casas dos reis. Mas por que saístes? para ver um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta. Este é aquele de quem está escrito: Eis aí envio eu ante a tua face o meu mensageiro, que há de preparar adiante de ti o teu caminho. Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Baptista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E desde os dias de João, o Baptista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto. Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos, ouça.” Mateus 11:7-15
II. O aparecimento de “Elias” pela Páscoa.
Vamos rever de novo Malaquias 4:4-6: “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e ordenanças. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.”
Já vimos que o “Grande e terrível dia do Senhor” é a Páscoa da libertação do povo das garras de Faraó – o dia em que o anjo do Senhor “passou por cima” do povo e poupou todos os que estavam protegidos pelo sangue nas ombreiras das suas portas.Ainda, a mesa da Páscoa judaica é repleta de ilustrações explicativas sobre os episódios vividos aquando da primeira Páscoa, o dia terrível do Senhor e a fuga apressada do Egipto. A tradição, introduziu algumas práticas ilustrativas para celebrar a Páscoa e explicá-la às crianças. A passagem de Êxodo 6:6,7 é comemorada com vinho tomado antes e depois da ceia, em 4 taças diferentes.
Vejamos a passagem que inspirou a tradição: “Portanto diz aos filhos de Israel: Eu sou Jeová; eu vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, livrar-vos-ei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos. Eu vos tomarei por meu povo e serei vosso Deus; e vós sabereis que eu sou Jeová vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios.” Êxodo 6:6,7
Na celebração da Páscoa os judeus colocam 5 taças na mesa da ceia e apenas 4 são bebidas em ocasiões diferentes da refeição, lembrando:
1ª Taça: “Eu vos tirarei do Egipto”
2ª Taça: “Livrar-vos-ei da servidão”
3ª Taça: “Vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos”
4ª Taça: “Vos tomarei por meu povo e serei vosso Deus”
5ª Taça: Uma 5ª Taça com vinho dentro que não pode ser bebido, mas derramado, lembra Elias, que anunciará a vinda Messias para que se cumpra a profecia de Malaquias.
2ª Taça: “Livrar-vos-ei da servidão”
3ª Taça: “Vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos”
4ª Taça: “Vos tomarei por meu povo e serei vosso Deus”
5ª Taça: Uma 5ª Taça com vinho dentro que não pode ser bebido, mas derramado, lembra Elias, que anunciará a vinda Messias para que se cumpra a profecia de Malaquias.
Então, de acordo com a profecia, “Elias”, “voltaria” na Páscoa para anunciar que a chegada do Messias. E como se sabe João Baptista foi percursor de Jesus até no seu nascimento.
III. A Lei, os Profetas, a Graça.
Uma das evidências mais interessantes sobre João Baptista, como garantia do cumprimento da profecia, é dada por Jesus: “Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, irmão deste, e os conduziu à parte a um alto monte; e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias. Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. Os discípulos, ouvindo isso, cairam com o rosto em terra, e ficaram grandemente atemorizados. Chegou-se, pois, Jesus e, tocando-os, disse: Levantai-vos e não temais. E, erguendo eles os olhos, não viram a ninguém senão a Jesus somente. Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja levantado dentre os mortos. Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas; digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há de padecer às mãos deles. Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Baptista.” Mateus 17:1-13
Este encontro no monte Carmelo marcou profundamente as vidas de Pedro, Tiago e João a ponto de eles já não quererem sair dali. Jesus recebeu o consolo que precisava e estes discípulos receberam a convicção que lhes faltava.
Enquanto desciam o monte Jesus detalhou pormenores proféticos a respeito dos quais eles ainda tinham dúvidas: "Porque dizem os judeus que Elias deve vir primeiro?" Jesus respondeu que Elias já veio, mas não o reconheceram. Este é o pormenor que sobressai daquela conversa naquela longa descida. É o detalhe que interessa. O resto da experiência foi certamente importante para as pregações e actos que se seguiram depois da Festa do Pentecostes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário