sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O PROFETA FUJÃO

 

O período histórico do ministério de Jonas é narrado com detalhes em II Reis 14 e 15. Ele viveu durante o reinado de Jeroboão II e, nesses tempos, a Assíria exercia seu poderio no Oriente Médio. Era uma nação cruel e era detestada por suas práticas desumanas.

Jonas era o típico judeu que nunca entenderia como seria possível que Deus viesse a amar os assírios. Ao contrário, ele esperava que o Deus Javé se voltasse contra eles e os destruísse.

A cidade de Nínive era a capital da Assíria, e quando Deus mandou Jonas pregar àquela cidade, ele recusou-se a ir, por causa do ódio que sentia pelos assírios. Jonas é um indivíduo preconceituoso e seu livro mostra a resistência desse profeta ao propósito divino de evangelizar a raça mais cruel do mundo. E o que vamos verificar é que o inexplicável amor de Deus para com Nínive não encontra eco no coração de Jonas.

Foram os preconceitos de Jonas que o levaram a fugir da Missão que Deus lhe havia ordenado. Preconceitos políticos: pois os ninivitas eram velhos inimigos de seu povo. Preconceitos raciais: os ninivitas eram gentios e não pertenciam ao povo escolhido. Preconceitos religiosos: um povo tão perverso, tão mau, tão grosseiro, não podia nem devia ser perdoado.

Quantos hoje não são como Jonas. Quantas vezes os nossos preconceitos nos impedem de sermos úteis a Deus. Quantas vezes os nossos preconceitos sufocam o amor às pessoas; aniquila nossa compaixão; obscurece nossa visão; seca as fontes da nossa espiritualidade e empobrece nossa mensagem.

Nós nos parecemos muito com Jonas. Podemos ver nele nossos preconceitos contra aqueles que não confessam a mesma doutrina, ou que pensam diferente de nós. Jonas é uma figura intrigante. Ele assiste a uma cidade inteira se converter e ao invés de se alegrar, ele se irrita. E mais do que irritado, ficou deprimido a ponto de desejar morrer. Jonas é uma figura desconcertante, mas veremos que muitos de nós agimos exatamente como ele.

CAPÍTULO PRIMEIRO: FUGA INÚTIL

"... veio a palavra do Senhor a Jonas." É assim que tudo começou: um dia estava Jonas em sua casa, lá peno ano 750 AC, quando Deus lhe disse: "Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela ... ". E aqui as coisas começam a se complicar, pois Jonas não tem a mínima vontade de ir àquela cidade.

Por quê? Porque Jonas conhecia muito bem Nínive e a odiava, e também conhecia muito bem a Deus, e sabia que Ele é misericordioso e grande em benignidade (4:2) e com certeza iria dar uma oportunidade a Nínive de se converter. E como nosso profeta não quer a conversão desta cidade, e para evitar que tal acontecesse, "Levantou-se, mas para fugir da presença do Senhor, para Társis." (v. 3).

Se corrermos os olhos pelo Mapa Bíblico, vamos observar que Nínive ficava diametralmente oposta a Társis, Nínive está no leste, Társis no oeste. Társis era o lugar mais longínquo de todo o planeta naqueles dias. A viagem para lá durava, pelo menos, um ano.

Lá se vai Jonas para a sua viagem rumo a Társis. Seus planos foram bem arquitetados, no entanto, vai se meter em uma tremenda enrascada. Aquela enrascada em que se envolvem todos os desobedientes.

"Mas o Senhor lançou sobre o mar um forte vento, e fez no mar uma grande tempestade" (v.4). Deus, valendo-se da natureza, levanta uma tempestade para corrigir o profeta fujão. "Então os marinheiros cheios de medo clamavam cada um ao seu deus..." (v.5).

Os marinheiros conhecedores e experimentados no mar, sabem que a situação é perigosa. A sensação de medo os domina. A morte está às portas e por isso eles "clamavam cada um ao seu deus". Estes homens são pagãos e apegados a várias divindades. Contudo, enquanto eles dirigem suas preces aos seus deuses, Jonas dormia profundamente.

Aqui temos uma lição: no processo de fuga de Deus, corremos o risco de nos tornarmos menos cristãos do que os pagãos. Que ironia! O único homem no navio que podia fazer uma oração de verdade ao Deus verdadeiro, não quer orar." Ao mesmo tempo que é triste, é deveras impressionante notar que não poucas as vezes, os incrédulos que não conhecem a Deus, manifestam mais respeito e fé em Deus do que os próprios cristãos.

Nos versos 6 a 10 percebemos que os marinheiros pagãos têm noção da gravidade dos atos de Jonas. "Que fizeste? Pois sabiam os homens que Jonas estava fugindo da presença do Senhor, porque lhe havia declarado". (v.10).

Os marinheiros sabiam que havia algo naquela tempestade, além de um fenômeno natural. Havia algo maior ali e por isso eles resolveram "Lançar sortes, para saberem por causa de que lhes sobreveio aquele mal" (v.7).

A sorte é lançada, "e a sorte caiu sobre Jonas" (v.7). Descobriram que o homem de Deus era a causa da desgraça. A desobediência de Jonas estava atraindo maldição sobre todo o grupo.

Precisamos aprender esta lição: As pessoas que desobedecem a Deus, não criam problemas apenas para si. Infelizmente acabam colocando os outros em suas enrascadas também. Homem de Deus em fuga leva problemas onde quer que vai.

Agora algo precisa ser feito, e daí a pergunta: "Que te faremos, Jonas, para que o mar se acalme? (v.11). E a resposta foi: "Tomai-me e lançai-me ao mar e o mar se aquietará..." (v.12). Assim, Jonas assume o fato de que ele era o causa da tragédia.

Antes de jogar Jonas no mar, os marinheiros pagãos se entregaram novamente à oração. Agora, oram não às divindades pagãs, mas ao Deus de Israel. Enquanto eles oram, os lábios de Jonas ainda permaneciam fechados (v.14). "E levantam a Jonas, e o lançaram ao mar, e cessou o mar da fúria" (v.15). Jonas é lançado ao mar, mas Deus não desiste do profeta fujão e ordenou que "um grande peixe engolisse a Jonas" (v.17). 

Poucas situações devem ter sido tão angustiosas quanto esta. Jonas está consciente. Sua esperança de continuar vivendo eram mínimas. Que lugar para encerrar a vida, logo na barriga de um peixe, lugar escuro, mal cheiroso e onde provavelmente nunca encontrariam seu corpo. Mas, embora confuso e teimoso, Jonas é um homem que conhece a Deus. E Jonas faz a única coisa que se pode fazer em um momento de angústia. Ele se entregou à oração.

CAPÍTULO SEGUNDO: A ORAÇÃO NO VENTRE DO PEIXE

"Então Jonas no ventre do peixe orou ao seu Deus" (v.1).

É no ventre do grande peixe que Jonas começa a recuperar a saúde espiritual. "Na minha angústia clamei ao Senhor." (v.2).

Jonas começa a entender que a angústia pode ser uma expressão do amor de Deus. A própria tragédia de ter sido "Lançado no coração dos mares" (v.3) e ter sido engolido pelo peixe, não era obra dos marinheiros, mas de Deus. Por trás de tudo aquilo estava a mão divina. "Quando dentro em mim desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor ..." (v.7).

Quando estava para morrer, Jonas voltava seus olhos para o Senhor. Que coisa tremenda! A oração ainda é a única e suficiente resposta de que a espiritualidade continua viva. E nesse aspecto nós nos parecemos muito com Jonas. Pois quase sempre deixamos para orar em momentos de extrema dificuldades (Conferir: 1:3, 4,5,10,11,13,14).

A oração de Jonas foi ouvida. Ele podia ser um crente fraco e remitente, mas sua confiança está em Javé e não em ídolos (v.8). É bom saber que Deus nos ouve, apesar de nossas fraquezas.

"Falou, pois, o Senhor ao peixe, e este vomitou Jonas na terra." (v.10).

O capítulo dois termina com mais uma ação soberana de Deus. Ele ordena e o grande peixe, obediente, joga Jonas na praia.



CAPÍTULO TERCEIRO: PREGAÇÃO SEM COMPAIXÃO

"Veio a palavra do Senhor segunda vez a Jonas... " (v.1).

Pela segunda vez, Deus comissionou o profeta à sua missão de pregar aos ninivitas. Uma nova oportunidade é dada a Jonas.

"Dispõe-te e vai à grande cidade de Nínive ..." (v.2) A ordem é a mesma da primeira vez. E nisso aprendemos que Deus não muda sua vontade só pelo fato de não gostarmos dela.

Temos a impressão de que Jonas só pregou aos ninivitas, quando enviado pela segunda vez, porque não teve outra opção. Isso porque o v.3 diz que Nínive levava "três dias para percorrê-la". E no v.4 somos informados que Jonas a percorrer só "caminho de um dia". Isto significa que o nosso profeta não completou a caminhada da cidade, demonstrando assim má vontade em sua proclamação. Tipo coisa: "Já falei o suficiente, chega". 

"Ainda quarenta dias e Nínive será subvertida." (v.4).

"Quarenta dias" é uma expressão que nos lembra o dilúvio (Gn 7:17). É uma expressão muitas vezes usada nas Escrituras para falar de juízo divino.

Jonas com seus preconceitos, odiava os ninivitas. Portanto sua mensagem não é para salvar, mas para condenar. Estava obedecendo uma ordem divina, mas sem a mínima paixão. Pregava o juízo mas sem lágrimas nos olhos.

Que mensagem precária a de Jonas: "Ainda quarenta dias e Nínive será subvertida". Não havia unção. Não havia vibração. Não havia o óleo da graça que cura e liberta. Havia apenas o tom de condenação, e era o que ele queria.

Mas algo extraordinário acontece. Mesmo sendo uma pregação sem unção e sem poder, causou um impacto tremendo naquela cidade. E assim, surpreendentemente, Nínive "cidade mui importante para Deus" (v.3) é convertida. Deus é inquestionavelmente soberano. Mesmo que os nossos planos e projetos limitadíssimos falhem, os Dele são infalíveis. O que Deus quer fazer, Ele faz e "ninguém pode lhe deter a mão".



CAPÍTULO QUATRO: AMANDO OS SECUNDÁRIOS DA VIDA

"Com isso desgostou-se Jonas extremamente, e ficou irado" (v.1).

Jonas, ao invés de se alegrar, teve um extremo desgosto, por ver a cidade se converter e saber que a sentença da condenação por ele pronunciada, não seria mais aplicada a Nínive. Sua pregação foi um sucesso, mas ele não queria a graça de Deus para aquele povo. Que mentalidade exclusivista!

Os preconceitos de Jonas estavam tão impregnados em seu coração, que a alegria deu lugar a ira, a ponto de entrar num processo depressivo: "Melhor me é morrer do que viver" (v.3).

Jonas fez uma barraca e ali ficou para "ver o que iria acontecer àquela cidade" (v.5).

Tão duro era o coração de Jonas, que ele ainda esperava que Deus mudasse de pensamento e destruísse Nínive.

Para dar uma lição no profeta, Deus fez nascer uma aboboreira para fazer sombra para ele. E esta planta se torna de um momento para outro o tesouro do coração de Jonas. No dia seguinte, Deus manda um verme para ferir e matar a planta (v.7). E aquela planta que dava conforto a Jonas murchou deixando-o exposto ao sol. O que o deixou irado novamente (v.9).

"Tens compaixão da planta ..." (v.10).

Que insensatez! Jonas amava mais as coisas do que as pessoas. Conseguia chorar e se sensibilizar por causa de uma planta, por outro lado, nutria ódio pelas pessoas.

Jonas é um retrato de muitos hoje em dia. Hoje nossa aboboreira pode ser um carro, a casa, móveis, nosso conforto, etc.

Devemos nos lembrar que se pusermos o coração nas coisas secundárias da vida, não devemos esperar que a nossa alegria seja mais duradoura do que a de Jonas.

"Melhor me é morrer do que viver". Nisso devemos concordar com o profeta. Para quem coloca a vida num nível tão mesquinho, é melhor morrer do que viver.

Jesus disse: "Ajuntai tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não consomem".

Se o nosso coração estiver nas coisas secundárias da vida, as angústias se sucederão uma após outra, pois estes tesouros são falíveis e efêmeros. Ponhamos o nosso coração nas coisas imperecíveis e eternas.

"... Não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive?" (v.11).

Finalmente Jonas aprendeu. Deus tem compaixão de pecadores. Por isso, foi que o comissionou para pregar em Nínive. O recado final é no sentido de que ele volte a amar as pessoas. Não coloque os preconceitos acima da salvação. Volte a amar, mesmo aquelas pessoas estranhas a sua volta.



EM JONAS APRENDEMOS

1 - Deus é soberano e sempre realiza sua vontade

2 - É impossível qualquer tentativa para fugir de Deus

3 - Os preconceitos nos tornam sem amor pelos incrédulos

4 - Quando estamos em desobediência nos tornamos maldição onde quer que vamos

5 - Quando amamos os secundários, nossa vida se torna mesquinha e sem alegria.

6 - O caminho da desobediência sempre nos coloca em enrascadas

7 - Quão apaixonadamente Deus ama os pecadores

segunda-feira, 5 de março de 2012

Os sete Espíritos de Deus

Os sete Espíritos de Deus 


TEXTO:

1. Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu, e a primeira voz que ouvira, voz como de trombeta, falando comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.
2. Imediatamente fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono;
3. e aquele que estava assentado era, na aparência, semelhante a uma pedra de jaspe e sárdio; e havia ao redor do trono um arco-íris semelhante, na aparência, à esmeralda.
4. Havia também ao redor do trono vinte e quatro tronos; e sobre os tronos vi assentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, que tinham nas suas cabeças coroas de ouro.
5. E do trono saíam relâmpagos, e vozes, e trovões; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus;

1) INTRODUÇÃO


        Amados, quem tiver ouvidos ouça o que o Espírito diz as igrejas, assim termina todas as cartas que o Apocalipse registra para as sete igrejas da Ásia. Eu espero que os amados irmãos também possam se alimentar dessa palavra, assim como ela me alimentou e alimentou.

        O livro do Apocalipse é o livro da revelação, um livro que diante da unção do Espírito Santo pode ser revelado muitas mensagens, e quando eu li estes versículos fui inspirado a escrever esta mensagem.

        Estava João preso na ilha de Patmos, uma ilha ao sudoeste de Éfeso, com cerca de 29 Km de circunferência, onde este abnegado servo de Deus estava isolado fazendo serviços forçados, pois um endemoniado tal de imperador Domiciano o encarcerou ali, sem saber que tudo coopera para o bem daquele que teme a Deus (Rm 8:28). O livro de Apocalipse provavelmente tenha sido escrito entre 64 dc. a 68 dc. durante o reinado do imperador Nero. 

        Nesta ocasião estava João, talvez no entardecer, já cansado do dia de trabalho forçado, exausto, e mesmo assim dobra seus joelhos e vai orar, neste momento algo sobrenatural começa a acontecer, Deus começa a arrebatar João para lhe mostrar o que aconteceu, o que está acontecendo e o que haveria de acontecer, então Deus lhe mostrou os sete Espíritos de Deus.



2) O NÚMERO SETE NA BÍBLIA


        O número sete na bíblia representa a perfeição, todas as vezes que lemos na palavra de Deus o número sete, podemos observar a perfeição do que Deus fez, do que Ele é ou do que Ele quer que seja feito. Por exemplo, Deus criou a terra e descansou no sétimo dia, mas sabemos que Deus não se cansa, mas Ele estava nos mostrando a perfeição da criação. Em Dt 16:13, Deus manda realizar a Festa do Tabernáculo por sete dias, era Deus querendo que fosse realizado um louvor perfeito, mas entenda, isso não é numerologia, mas uma percepção da simbologia de Deus na bíblia, pois devemos saber que a bíblia é um celeiro infinito de mensagens de Deus para o homem, e creio que a humanidade irá passar pela terra e não desfrutará de todas as mensagens nela constadas, por isso alimente-se de tudo que a bíblia lhe der.

        Por isso João escreve as sete cartas para as sete igrejas, ainda fala das sete taças da ira de Deus, as sete trombetas do Apocalipse, e também os SETE ESPÍRIRTOS DE DEUS, do qual falaremos nessa mensagem.


 

3) A VISÃO DE JOÃO


        João começa o capítulo 11, relatando o convite que o Senhor, que com uma voz inconfundível lhe faz, dizendo, sobe aqui meu filho amado, meu querido amigo, servo fiel, pois te mostrarei coisas sobrenaturais. Creio que se fosse nos dias de hoje Deus pediria para ele levar uma máquina digital e uma filmadora para registrar tudo, mas não foi assim, talvez para que nós possamos crer, sem ver e não ver para crer. João então é arrebatado em espírito e a primeira coisa que ele vê é um trono e alguém assentado sobre o trono, era Jeová, que tinha uma aparência sobrenatural, como pedras preciosas, e ao redor do trono de Jeová estava um arco-íris, que todos sabemos possuir sete cores, mostrando a perfeição da beleza de Deus.

        Ao redor do trono João vê vinte e quatro anciãos assentados em seus tronos, representado a adoração eterna, diária, pois o dia tem vinte e quatro horas. E por que vinte e quatro anciãos e não vinte e quatro jovens? Eu te digo! Por que para adorar a Deus não tem idade, e idoso também dobra joelho. Pois mais a frete João os vê jogando suas coroas diante do trono de Jeová. Há! Eles estavam vestidos de branco, mostrando que para adorar a Deus é necessário a santidade pura. Ainda falta falar das coroas, que representam serem a essência da adoração, o ápice, o auge, da adoração.

4) OS SETE ESPÍRITOS DE DEUS


        Do trono saíam relâmpagos e trovões, e havia sete lâmpadas que nunca se apagam, pois elas são alimentadas pela glória do todo poderoso, sendo elas os SETE ESPÍRITOS DE DEUS, não que Ele tenha sete Espíritos, mas que seu Espírito tem a formosura da perfeição eterna. Quem é o Espírito de Deus senão o Espírito Santo que na bíblia é chamado de o Espírito de Deus, o Espírito da vida, o Espírito do Senhor, o Espírito Excelente, o Espírito Santo. Sim Ele estava ali, sendo adorado, pois Ele é Deus, e sendo Ele um Deus perfeito, deve ser buscado por cada um de nós. Então com muita simplicidade e reverência eu lhe mostrarei o que aprendi com a bíblia sobre ter, o buscar o alcançar, OS SETE ESPÍRITOS DE DEUS.

        Gostaria que o amado irmão leitor tivesse a maior reverência ao ler esta mensagem, pois para mim o fato de falar do Espírito de Deus é algo que me estremece o coração. A bíblia diz que certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma sem antes ter revelado aos seus servos, os profetas (Am-03:07) e profeta é aquele que dá ouvidos ao que Deus fala e fala o que Deus manda, e eu sou um profeta de Deus.



5) A REVELAÇÃO


        Não se pode separar Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, Ele é Trino. Quando João vê o trono de Jeová, ele esta contemplando o Deus trino, na grandeza de sua glória, na excelência de seu poder, e na sua total majestade.

        A Bíblia é sim escrita por homens, e graças a Deus por isso, pois somos a imagem e semelhança dEle, mas estes homens só puderam escrever sob a inspiração do Espírito Santo, então o escritor é o Espírito Santo. O assunto central da Bíblia é Jesus, o autor é Jeová e o escritor e o Espírito Santo. Quando os olhos do apóstolo João contemplam o Eterno ele se lembra das palavras do profeta Isaías, que em um momento de inspiração celestial nos revelou OS SETE ESPÍRITOS DE DEUS, ao falar da pessoa de Jesus, com as seguintes palavras:



Isaias-11:02
E repousará sobre ele o ESPÍRITO do Senhor, o ESPÍRITO de sabedoria e de inteligência, o ESPÍRITO de conselho e de fortaleza, o ESPÍRITO de conhecimento e de temor do Senhor.
Estes são Os sete Espíritos de Deus que João viu



a) O ESPÍRITO DO SENHOR
        Este o que concede as habilidades para um Rei, ser Senhor é ser soberano, é ter domínio da situação.

b) O ESPÍRITO DE SABEDORIA        Este o que traz o conhecer sem ver, ter a resposta antes da pergunta, é ser sábio tanto no pensar quanto no falar ou agir.

c) O ESPÍRITO DE INTELIGÊNCIA        Este o que capacita a mente para discernir qual caminho seguir, tomar a decisão certa nas horas mais incertas, ter percepção.

d) O ESPÍRITO DO CONSELHO        Este é o que tem a boa palavra, a palavra que produz vida, aquela que se dá sobre o que convém fazer, é juízo e ensinamento.

e) ESPÍRITO DE FORTALEZA        Este é o que dá energia, segurança, é virtude dos fortes, qualidade de ser forte, traz constância, solidez ao justo.

f) O ESPÍRITO DE CONHECIMENTO 
        Este é o que dá a experiência para o discernimento, consciência de si própria, este é o que tem a instrução a perícia a cultura.

g) O ESPÍRITO DO TEMOR        Este é o que dá o sentimento profundo de reverência ou respeito, também o zelo e a pontualidade. 



6) CONCLUSÃO
        Este era o ministério de Jesus, e depois também o ministério do Espírito Santo, mas pode ser visto na vida de alguns cristãos ainda hoje. Se não for o seu caso busque OS SETE ESPÍRITOS DE DEUS para a sua vida, e verás a diferença entre aquele que serve a Deus e aquele que não serve a Deus (ML-03:18)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ARTISTA DO MEIO CRISTÃO

Diversos artistas que iniciaram suas carreiras no meio cristão, não necessariamente gravando como cantores gospel, depois de terem sua capacidade reconhecida pelo grande público aproveitaram a oportunidade e desvincularam sua arte, tida por eles como atividade profissional, de sua fé. Alguns famosos chegaram a se converter no meio da carreira, como foi o caso de Scott Trap (vocalista do Creed) e o cantor Bob Dylan, por exemplo, mas ambos já se desviaram.

Outros, com início diretamente no meio cristão, nunca vincularam sua profissão com o cristianismo, porém fazem questão de ressaltar sua confissão pessoal de fé e em alguns casos, escrevem letras assumidamente influenciadas por aquilo que acreditam. Confira uma lista de famosos artistas que começaram suas carreiras ou suas vidas, dentro do meio cristão.

A banda irlandesa U2 é formada por integrantes que se conheceram e se juntaram como músicos na igreja e suas letras transmitem mensagens espirituais baseadas no cristianismo, e já venderam mais de 150 milhões de discos. Porém, a banda sempre frisou não tratar-se de uma banda cristã, embora seus integrantes assumam o cristianismo como religião. (Assista ao U2 cantando Amazing Grace)

A cantora canadense teen Avril Lavigne, considerada hoje uma das jovens mais ricas do mundo, aos dois anos já cantava canções gospel e country e foi incentivada pelos pais, a seguir carreira. De uma família cristã de classe média, Avril abandonou os estudos aos 15 anos de idade para desenvolver sua carreira e hoje, conta com mais de 35 milhões de cópias vendidas.
Kings of Leon é uma banda formada por três irmãos e um primo, e na infância, foram proibidos por seus pais de ouvirem música secular e assistir televisão. Com a educação rígida, Leon Followill fez com que seus três filhos montassem uma banda gospel para acompanhá-lo em suas pregações por todos os Estados Unidos. Em 2000, montaram a banda com a proposta atual, foram elogiados pela crítica e público. (Documentário fala sobre o passado cristão do Kings of Leon)

Filha de um casal de pastores evangélicos, a cantora pop Katy Perry cresceu cantando na igreja e chegou a gravar um álbum gospel usando seu nome de batismo: “Katy Hudson”. Ela também fez participação na música “Goodbye for Now” da banda cristã P.O.D. Após conhecer um produtor, Katy mudou o foco de sua carreira e passou a cantar pop-rock, porém gravou três álbuns que foram cancelados antes do lançamento. Somente em 2007 conseguiu lançar seu primeiro álbum com a música “I Kissed a Girl” (Eu beijei uma garota) e alcançar as paradas de sucesso em todo o mundo. Recentemente divorciada do ator e comediante ateu Russel Brand, afirmou que ainda crê em Deus e revelou ter uma tatuagem com o nome “Jesus”.

A formação inicial da banda Paramore contava com músicos que tiveram contato com o cristianismo durante suas vidas e formaram a banda dentro da igreja. Apesar de assumirem sua fé, afirmam que não vão pregar, pois são uma banda de rock e entretenimento. Um dos integrantes originais que abandonou a banda, Josh Farro, criticou a postura da banda afirmando que “são tão cristãos que nem parecem”. (Assista o Paramore falando sobre Jesus)

O metaleiro Alice Cooper ficou famoso por seus shows de heavy metal com sangretas performances teatrais e sua forte ligação com o álcool e drogas (chegou a comer um bolo feito de maconha), mas poucos sabem que ele é filho de pastor e neto de Apóstolo fundador de uma igreja evangélica. Além disso Alice sempre estudou em colégios religiosos e chegou a trabalhar como missionário urbano quando mais jovem. Depois de fazer parte de uma sociedade secreta patrocinada pela maçonaria, ele se converteu novamente e hoje possui e gerencia diversos trabalhos evangelísticos e beneficentes junto com sua esposa, a qual é casado desde 1976. (Notícia sobre Alice Cooper falando sobre ser cristão e dar aulas sobre a Bíblia)

Miley Cyrus ficou conhecida por estrelar a série Hannah Montana e depois, pelas controvérsias de sua carreira. Sempre alvo de especulações, foi acusada de lesbianismo, mas negou, embora apóie o casamento gay. Filha do cantor country Billy Ray Cyrus, Miley nasceu num lar evangélico, membros de uma igreja Batista. Apesar de sua carreira e polêmicas, Miley nunca se desligou de sua igreja e ainda a frequenta. (Notícia sobre o filme de Miley Cyrus sobre Deus)

Com mais de 100 milhões de cópias vendidas, a cantora Britney Spears teve uma infância religiosa, frequentando uma igreja Batista, onde aprendeu a cantar e tocar. Na adolescência foi descoberta num programa de talentos da TV norte-americana e passou a integrar a equipe da Disney. Sua carreira solo começou em 1998 e desde então, vem acumulando polêmicas em sua vida pessoal, por conta de sua depressão e incapacidade de tutela dos filhos. (Notícia sobre a ida de Britney Spears à igreja)

A banda Evanescence foi formada após seus dois fundadores, Amy Lee e Bem Moody, se conhecerem durante um acampamento para jovens promovido pela igreja que freqüentavam. Começaram gravando álbuns caseiros e quando a banda ficou conhecida, desentendimentos separaram os dois fundadores. Desde então Amy Lee é a única integrante da formação original. Suas músicas não falam abertamente de sua fé, mas a vocalista Amy Lee, nunca negou ser cristã.
O baixista e vocalista da banda de trash metal Slayer, Tom Arraya, é chileno, filho de um diácono e imigrou com seus pais para os Estados Unidos aos cinco anos de idade. Em sua carreira artística, foi acusado diversas vezes de ser adorador de Satanás, porém, em uma entrevista, Arraya afirmou que considerava isso um erro por parte das pessoas e que acreditava que Cristo havia vindo para ensinar amor ao mundo e que as letras e a imagem da banda não poderia ser confundida com sua fé.

Justin Bieber nasceu em uma famílai cristã tradicional, durante sua adolescência alcançou o estrelato mundial com suas músicas pop. Em suas canções e entrevistas sempre falou sobre sua crença em Deus e Jesus, mas confessa não poder frequentar nenhuma igreja no momento. Recentemente o jovem fez uma tatuagem com o rosto de Jesus. (Justin Bieber fala sobre ser Cristão)

Com quase cinco décadas de carreira, Johnny Cash teve uma infância complicada e traumática. Perdeu seu irmão de forma trágica e as músicas gospel que ouvia o ajudaram a superar a perda. Após servir a Força Aérea Norte Americana, iniciou sua carreira e afundou no vício de drogas e álcool. Quando se viu impotente perante essa situação, Johnny se converteu ao evangelho após uma tentativa de suicídio e foi então apoiado por amigos e por June Carter, que se tornaria sua esposa. Nessa fase, gravou seus dois álbuns ao vivo mais bem sucedidos. Em Maio de 2003, sua esposa faleceu devido a complicações de uma cirurgia cardíaca, e quatro meses depois, Johnny também faleceu. Antes de morrer, falava sobre encontrar-se com seu irmão no paraíso.
O rei do rock, Elvis Presley, começou sua carreira cantando música gospel e com o álbum “How grat thou art” (Quão grande És Tu) chegou a ganhar um Grammy, o Oscar da música norte-americana. Famoso pelo seu estilo de dançar e por suas participações em filmes, foi muito criticado pelos cristãos de sua época, por abandonar a música gospel pelo rock. Elvis porém, sempre ressaltou sua fé em Cristo. Faleceu em 1977, sozinho em sua casa, em circunstâncias até hoje não esclarecidas totalmente. Em seu atestado de óbito, a causa da morte foi colapso fulminante associado à disfunção cardíaca. (A relação de Elvis Presley com o Cristianismo vai virar filme).

Chris Martin, vocalista e líder da banda Coldplay, também nasceu em um lar evangélico, onde o Pai era pastor e a mãe uma fiel fervorosa. Chris fala abertamente em entrevistas sobre sua fé em Jesus, nas letras do Coldplay já fez diversas referência a Deus, a Bíblia e ao paraíso, como na música “God Put a Smile Upon Your Face” (Deus colocou um sorriso no seu rosto, em tradução livre) que é de sua autoria. O vocalista também já gravou hinos de louvor como “Until Kingdom Come” (Até que o Reino venha, em tradução livre) composto por Johnny Cash pouco antes de morrer.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Lei vs. Graça: Os Dez Mandamentos e a Graça de Deus




A conversão e o ensinamento de Paulo. 

Sl 119.4 - "Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca".

Os Dez Mandamentos representam a forma objetiva de Deus indicar o que espera de cada um de nós. Deus não nos deu uma religião subjetiva, cujas doutrinas dependem da cabeça de cada um, mas ele nos escreveu objetivamente a sua palavra. Nessa palavra, na Bíblia, ele nos revelou a sua Lei Moral - sua vontade eterna às suas criaturas, refletindo a sua majestade e santidade.

Nos Dez Mandamentos conhecemos nossos limites e nossas obrigações. Comparando nossa vida, nossos desejos e inclinações com a Lei Santa de Deus, compreendemos a extensão de nossa pecaminosidade e verificamos que a salvação procede só de Jesus, pelo seu sacrifício supremo na cruz do Calvário.

Já vimos como Jesus resumiu os Dez Mandamentos em amar a Deus e ao próximo. Muitos têm procurado dissociar essa afirmação de Jesus do caráter objetivo dos Dez Mandamentos. Afinal, dizem esses, Jesus está falando simplesmente de amor, um sentimento subjetivo, e não do simples cumprimento objetivo da lei. Um autor inglês, Joseph Fletcher, desenvolveu toda uma visão ética construída em cima do que poderíamos chamar de "casuísmo cristão" (tomou o nome de ética situacionista). Fletcher defendeu que não existem regras absolutas mas o comportamento certo ou errado depende da situação. Em sua filosofia, o único ponto de aferição a ser seguido é - "aja de forma a demonstrar o máximo de amor possível". Essas palavras, que parecem boas e cristãs, são extremamente perigosas, pois cada um passa a ser juiz de suas próprias ações e sempre poderá racionalizar comportamentos pecaminosos apelando para uma ou outra suposta forma de amor demonstrado, nem que seja o amor por si próprio.

Contrariando essa filosofia, o conceito bíblico de amor se expressa em obediência e abnegação. Essa obediência não é a uma lei intangível, indescritível, ou subjetiva, dependente da interpretação individual de cada um, mas à lei objetiva de Deus. É o próprio Jesus que esclarece e determina, em João 14.21: "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama..."

Neste capítulo, vamos estudar o que aconteceu com Paulo e qual o seu ensinamento, conforme os relatos do livro de Atos (8.1-3 e 9.1-22) e pelos seus pronunciamentos, no livro de Romanos (capítulos 3 e 7).

A visão de Paulo, antes da sua conversão. 

Do seu próprio ponto de vista, Paulo, antes de sua conversão (na ocasião ainda chamado Saulo), acreditava que estava zelando pela lei de Deus, perseguindo os cristãos. Sua visão da lei era uma visão distorcida, fruto de uma religião equivocada. Sem ter sido ainda tocado pelo Espírito Santo de Deus ele estava cego, espiritualmente.

Atos 7.54-8.1 relata esse tempo conturbado da vida daquele que viria ser o apóstolo dos gentios e o grande expositor bíblico. Sua visão anti-cristã o levou a cometer muitos crimes. Ele participou do apedrejamento de Estevão e foi um ativo perseguidor de muitos cristãos, como lemos em Atos 8.3 e 9.1-2.

A compreensão da lei de Deus de todos aqueles que estão sob o domínio de Satanás, envolvidos com falsas práticas religiosas, é uma visão distorcida. Ela serve de desculpas para as práticas mais absurdas, amorais e cruéis. O próprio Paulo escreveu, sobre as pessoas sem Deus, em Romanos 1.22 "...inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos". Ele tinha convicção disso na sua própria pele, havia experimentado quão Satanás é enganador e usurpador da lógica espiritual. Convicto de exercitar zelo, havia perseguido inocentes, mulheres, crianças - aqueles devotados à adoração verdadeira, ao culto ao Deus soberano. Somente a graça, o amor e a misericórdia de Deus poderia cobrir essa multidão de pecados e apagar a amargura profunda dessa lembrança. E assim ocorreu (Fl 3.13).

A falta de visão de Paulo, durante a sua conversão.

Deus arrancou Paulo do pecado através da experiência relatada no livro de Atos (9.3-19), a qual bem conhecemos. Durante três dias ele, que havia sido cego, espiritualmente, foi acometido de cegueira física - talvez simbolizando o seu estado espiritual. Nesse período ele teve bastante oportunidade para meditar. Foi, posteriormente, orientado por Ananias.

Mas Deus transformou Saulo em Paulo. De um perseguidor, ele tornou-se o grande apóstolo, propagador e defensor do Evangelho. Podemos imaginar a confusão em sua cabeça: todas as suas convicções estavam sendo subvertidas. Todas as suas premissas estavam sendo demonstradas falsas. Todos os seus objetivos de vida estavam sendo modificados.

O texto bíblico nos diz que o Senhor enviou Ananias para que Paulo recuperasse a vista e ficasse cheio do Espírito Santo (9.17). Era o Espírito Santo, agora, que, além de recuperar a visão de Paulo, iria coordenar todo o conhecimento que ele havia absorvido ao longo das prioridades verdadeiras da vida. Era o Espírito Santo que o iria instruir, possivelmente utilizando os "dias com os discípulos" (9.19), nos detalhes da fé verdadeira que agora abraçava. Era o Espírito Santo que o iria inspirar a escrever suas cartas, nas quais somos instruídos sobre a compreensão correta da lei de Deus.

A nova visão de Paulo, depois de sua conversão.

Se estudássemos apenas o registro histórico da conversão de Paulo, não chegaríamos a compreender a importância da Lei de Deus, nesse processo e durante toda a sua vida. Entretanto, quando lemos o que Paulo escreveu posteriormente, passamos a compreender muito sobre qual era a visão paulina a respeito da Lei, visão essa que enfatiza a validade da lei moral de Deus a todas as eras.

Por exemplo, em Romanos 3.20, lemos "... ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado". A primeira validade da lei é fornecer o "pleno conhecimento do pecado", condição necessária ao arrependimento verdadeiro. Em Romanos 7.7, Paulo reforça a validade da Lei para nos levar à uma conscientização plena do pecado e de nossa dependência da misericórdia do Deus Criador: "que diremos, pois? A lei é pecado? De modo nenhum. Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás".

Além da validade revelativa, sobre a nossa natureza pecaminosa e sobre a santidade de Deus, Paulo ensina que a lei não é anulada pela fé. A lei moral de Deus providenciava o rumo à vida de Paulo, e assim deve ser para nós. Em Romanos 3.31 ele antecipa as indagações de seus leitores e faz a pergunta retórica: "Anulamos, pois, a lei pela fé?"; respondendo a seguir com uma negativa enfática: "Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei". Os preceitos eternos de Deus, a sua lei moral, reflexo de sua santidade e infinita retidão, continua sendo a nossa bússola, a forma objetiva e explícita de relacionar os nossos deveres para com Deus e para com o nosso próximo.

Não é de admirar que Paulo chegue a uma conclusão que difere bastante da falta de apreciação da lei de Deus que encontramos na teologia de tantos movimentos contemporâneos. Em Romanos 7.12 ele fecha o que vem expondo e desenvolvendo desde o capítulo 3: "Por conseguinte; a lei é santa; e o mandamento, santo e justo e bom".

Não é descartando a validade da lei moral que vamos nos aproximar mais de Deus. Não é substituindo a objetividade da lei por um subjetivismo nocivo e aleatório, supostamente fundamentado em um grau maior de espiritualidade, que vamos agradar a Deus. Estaremos compreendendo a visão que Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, quer transmitir, quando começarmos a enxergar os problemas em nós próprios e não na santa lei de Deus. Assim poderemos exclamar, como ele, em Romanos 7.14: "Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado..."

A Lei de Deus Hoje - Afinal, estamos sob a lei, ou sob a graça de Deus?

Muitas interpretações erradas podem surgir de um falho entendimento das declarações bíblicas sobre esta questão. Com efeito, Paulo ensina que "não estamos sob a lei mas sob a graça" (Romanos 6:14). Mas o que quer dizer "não estar sob a lei de Deus?" Perdeu ela a sua validade? É apenas um registro histórico? Estamos em uma situação de total desobrigação para com ela? Vamos apenas subjetivamente, "amar", sem direcionamento ou ações concretas que comprovem este amor?

Devemos relembrar os múltiplos aspectos da "lei de Deus", conforme já estudamos no capítulo anterior: Lei Civil ou Judicial, Lei Religiosa ou Cerimonial e Lei Moral. Se considerarmos que os três aspectos apresentados da lei de Deus são distinções bíblicas, podemos afirmar:

" Não estamos sob a Lei Civil de Israel, mas sob o período da Graça de Deus, em que o evangelho atinge todos os povos, raças tribos e nações.

" Não estamos sob a Lei Religiosa de Israel, que apontava para o Messias, foi cumprida em Cristo, e não nos prende sob nenhuma de suas ordenanças cerimoniais, uma vez que estamos sob a graça do evangelho de Cristo, com acesso direto ao trono, pelo seu Santo Espírito, sem a intermediação dos sacerdotes.

" Não estamos sob a condenação da Lei Moral de Deus, se fomos resgatados pelo seu sangue, e nos acharmos cobertos por sua graça.

" Não estamos, portanto, sob a lei, mas sob a graça de Deus, nestes sentidos.

Entretanto ...

" Estamos sob a Lei Moral de Deus, no sentido de que ela continua representando a soma de nossos deveres e obrigações para com Deus e para com o nosso semelhante.

" Estamos sob a Lei Moral de Deus, no sentido de que ela, resumida nos Dez Mandamentos, representa a trilha traçada por Deus no processo de santificação, efetivado pelo Espírito Santo em nossas pessoas (João 14:15). Nos dois últimos aspectos, a própria Lei Moral de Deus é uma expressão de sua Graça, representando a objetiva e proposicional revelação de Sua vontade.

É verdade, portanto, que, nos sentidos acima, não estamos sob a lei, mas sob a graça de Deus. Devemos cuidar, entretanto, para nunca entender essa expressão como algo que invalida a lei de Deus aos nossos dias. Mais importante, ainda, devemos cuidar para não transmitir conceitos falsos e não bíblicos, estabelecendo um contraste inverídico entre a lei e a graça, como se ambos não procedessem de Deus.

Teologicamente, chamamos de antinomianismo, a filosofia que expressa total independência das pessoas para com a lei de Deus; que declara a invalidade dela para os nossos dias. Muitos ensinamentos no campo evangélico são, na prática e em essência, antinômios e totalmente subjetivos - ou seja, desprezam a lei de Deus, negam a sua validade e colocam a interpretação subjetiva de cada um acima das determinações objetivas reveladas por Deus, na Bíblia. Quando os reformadores defenderam a expressão Sola Scriptura - somente as escrituras - estavam reafirmando exatamente isso, que devemos sempre nos prender à objetiva revelação de Deus em sua palavra, e não nas especulações ou tradições dos homens.

Quando examinamos a lei de Deus sob esses aspectos, muitas perguntas são pertinentes e devem ser individualmente respondidas. Será que temos a percepção correta de nossas obrigações para com Deus e para com o nosso próximo? Será que prezamos adequadamente a lei de Deus? Será que estamos utilizando o fato de estarmos "sob a graça" como desculpa para desprezarmos a lei de Deus? Será que a nossa compreensão é aquela abrigada pelos padrões confessionais, como nas perguntas do Catecismo Maior, que temos estudado?

O que diz o Catecismo Maior de Westminster (pergunta 99)?

P. 99. Que regras devem ser observadas para a boa compreensão dos dez mandamentos?
R. Para a boa compreensão dos dez mandamentos as seguintes regras devem ser observadas:

1a. Que a lei é perfeita e obriga a todos à plena conformidade do homem inteiro à retidão dela e à inteira obediência para sempre; de modo que requer a sua perfeição em todos os deveres e proíbe o mínimo grau de todo o pecado.
Ref.: Sl 19.7, Tg 2.10; Mt 5.21,22

2a. Que a lei é espiritual, e assim se estende tanto ao entendimento, à vontade, aos afetos e a todas as outras potências da alma - como às palavras, às obras e ao procedimento.
Ref.: Rm 7.14; Dt 6.5; Mt 22.37-39 e 12.36,37.

3a. Que uma e a mesma coisa, em respeitos diversos, é exigida ou proibida em diversos mandamentos.
Ref.: Cl 3.5; 1Tm 6.10; Pv 1.19; Am 8.5

4a. Que onde um dever é prescrito, o pecado contrário é proibido; e onde um pecado é proibido, o dever contrário é prescrito; assim como onde uma Pro­mes­sa está anexa, a ameaça contrária está inclusa; e onde uma ameaça está anexa a promessa contrária está inclusa.
Ref.: Is 58.13; Mt 15.4-6; Ef 4.28; Ex 20.12; Pv 30.17; Jr 18.7-8; Êx 20.7

5a. Que o que Deus proíbe não se há de fazer em tempo algum, e o que ele manda é sempre um dever; mas nem todo o dever especial é para se cumprir em todos os tempos.
Ref.: Rm 3.8; Dt 4.9; Mt 12.7

6a. Que, sob um pecado ou um dever, todos os da mesma classe são proibidos ou mandados, juntamente com todas as coisas, meios, ocasiões e aparências deles e provocações a eles.
Ref.: Hb 10.24,25; 2Ts 5.22; Gl 5.26; Cl 3.21; Jd 23

7a. Que aquilo que nos é proibido ou mandado temos a obrigação, segundo o lugar que ocupamos, de procurar que seja evitado ou cumprido por outros segundo o dever das suas posições.
Ref.: Êx 20.10; Lv 19.17; Gn 18.19; Dt 6.6,7; Js 24.15

8a. Que, quanto ao que é mandado a outros, somos obrigados, segundo a nossa posição e vocação, a ajudá-los, e a cuidar em não participar com outros do que lhe é proibido.
Ref.: 2Co 1.24; 1Tm 5.22; Ef 5.11

Solano Portela